Bem-vinda!!

Bem-vinda ao nosso blog!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

sexta-feira, 29 de março de 2013

Conversa do futuro sobre "homeschooling"!

Em minhas "andanças" virtuais, lendo e pesquisando na internet sobre ED (educação domiciliar) e procurando relatos e experiências de outras famílias que pudessem me inspirar e dar ideias, me deparei com um texto que eu achei brilhante porque desafia o nosso conceito sobre o que é efetivamente "normal" ou "natural" quando se pensa em ensino, educação, formação do homem, socialização e escolarização.

Não digo que concordo necessariamente com tudo, mas que pelo menos vale a pena ler e refletir!

O post original, em inglês, pode ser encontrado aqui. Ele foi tirado do blog An Unschooling Life.

HOMESCHOOLING CONVERSATION FROM THE FUTURE
Duas mulheres se encontram num playground, onde seus filhos brincam no balanço e com a bola. As mulheres estão sentadas no banco observando. Finalmente, elas começam a conversar.

Mulher nº. 1 - Oi. Meu nome é Maggie. Meus filhos são aqueles três usando camisetas vermelhas - me ajuda a não perdê-los de vista.
Mulher nº. 2 - (Sorri) Eu sou a Terri. Os meus são aqueles de camiseta rosa e amarela. Você vem muito por aqui?
M1 - Geralmente duas ou três vezes por semana, depois de passarmos pela biblioteca.
M2 - Puxa, como você encontra tempo?
M1 - A gente pratica a educação domiciliar, então geralmente vamos durante o dia.
M2 - Tenho alguns vizinhos que também educam em casa, mas os meus filhos estudam em escola pública.
M1 - Nossa - como você dá conta?
M2 - Não é fácil. Eu participo de todas as reuniões de pais e mestres e trabalho com as crianças todos os dias depois da aula, tento me envolver bastante.
M1 - Mas e a socialização? Você não se preocupa que elas fiquem presas o dia todo apenas com crianças da mesma faixa etária, nunca tendo oportunidade para formar relacionamentos naturais?
M2 - Bem, sim. Mas eu me esforço para equilibrar isso. Meus filhos tem coleguinhas que são educados em casa e a gente procura visitar os avós deles quase todo mês.
M1 - Você parece uma mãe bem dedicada. Mas você não se preocupa com todas as oportunidades que eles estão perdendo? Quer dizer, eles estão tão isolados da vida real - como saberão como o mundo é de verdade, o que as pessoas fazem para se sustentar, como lidar com diferentes tipos de pessoas?
M2 - Ah, nós discutimos sobre isso na reunião de pais e mestres, e começamos um fundo para poder trazer pessoas reais à sala de aula. No mês passado, trouxemos um policial e um médico para conversar com os alunos durante a aula. E, no mês que vem, receberemos uma senhora japonesa e um homem do Quênia.
M1 - Uhm, nós conhecemos um homem do Japão no mercado algumas semanas atrás, e ele contou um pouco sobre a sua infância em Tóquio. Meus filhos ficaram absolutamente fascinados. Nós o convidamos para jantar e conhecemos sua esposa e seus três filhos.
M2 - Que legal. Hmm. Talvez possamos planejar comida japonesa no refeitório no Dia Multicultural.
M1 - Talvez sua convidada japonesa possa comer com as crianças.
M2 - Ah não, ela tem a agenda muito apertada. Tem mais duas escolas para ela visitar no mesmo dia. É uma atividade em rede que estamos fazendo.
M1 - Ai, que pena. Bem, talvez você consiga conhecer algumas pessoas interessantes no mercado e você pode convidá-los para jantar em sua casa também.
M2 - Acho que não. Eu nunca converso com ninguém no mercado - ainda mais alguém que talvez nem fale a minha língua. E se aquele homem japonês que vocês conheceram não falasse inglês?
M1 - Pra falar a verdade, nem tive tempo de pensar nisso. Antes mesmo de eu vê-lo, meu filho de 6 anos perguntou o que ele iria fazer com todas aquelas laranjas que ele estava comprando.
M2 - O seu filho fala com estranhos?
M1 - Eu estava bem ali com ele. Ele sabe que enquanto estiver comigo, ele pode falar com qualquer pessoa que quiser.
M2 - Os meus filhos nunca falam com estranhos.
M1 - Nem mesmo quando estão com você?
M2 - Eles nunca estão comigo, exceto em casa depois que chegam da escola. Então você entende porque é tão importante que eles entendam que falar com estranhos está fora de cogitação.
M1 - Sim, eu entendo. Mas se eles estivessem com você, poderiam conhecer pessoas interessantes e ainda ficar seguros. Eles experimentariam o mundo real, em situações reais. Eles também aprenderiam a reconhecer quando uma situação é perigosa, quando é preciso suspeitar.
M2 - Eles aprenderão isso na 3ª e 5ª série nas aulas sobre saúde.
M1 - Bem, dá pra ver que você é uma mãe muito empenhada. Vou lhe passar meu número de telefone - se você precisar conversar algum dia, me dê uma ligada. Foi bom conhecê-la.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Educação domiciliar e a busca por uma "rotina ideal".

Nessa busca por uma "rotina ideal" para o nosso lar, que vem sendo alterada e aperfeiçoada com frequência, me deparo, na prática, com aquilo que eu evidentemente já conhecia na teoria (e que todas nós sabemos!): planejamento e flexibilidade andam juntos. Não dá para optar por um ou por outro, tem de ter os dois no balanço, precisa do equilíbrio. E esse conceito, tenho percebido, também é muito pertinente para a educação domiciliar.

Afinal, como anda a nossa rotina aqui em casa?

Bem, em janeiro idealizamos um plano (leia aqui), em fevereiro achamos por bem realizar algumas modificações na estrutura do nosso dia (veja figura ao lado) e agora, já em meados de março, estamos vendo que um novo plano haverá de ser elaborado por causa de mudanças em nossa vida e, claro, porque também somos novos nisso e ainda estamos aprendendo o que significa "educar em casa".

A principal mudança na nossa vida doméstica é que a pessoa que vinha uma vez por semana me ajudar com a roupa e com a limpeza da casa descobriu que estava grávida de 7 meses. Ficamos muito felizes por ela, mas também um pouco desorientados com a notícia (além de chocados porque ninguém - nem ela - desconfiou dessa gestação!). Agora preciso aprender não somente a lavar e a passar, mas também a dar um jeito de incluir essas atividades no meu dia-a-dia que, por sinal, já é bem cheio. Confesso que estou apreensiva quanto à minha capacidade de "dar conta".

Mas Deus é BOM! Eu amo o fato de Deus ser didático e, além disso, sei que Ele nunca permite em nossa vida dificuldades ou obstáculos maiores do que podemos suportar ou transpor.

Em retrospectiva, vejo a mão dEle nos preparando para cada mudança. Acompanhe a minha história.

Em agosto do ano passado, parei de trabalhar fora para ficar em casa com as meninas durante o dia e para retomar as aulas na faculdade à noite. Durante todo aquele semestre, a Nicole ainda frequentava a escola pela manhã e foi justamente o tempo que eu precisei para, aos poucos, ir aprendendo a cozinhar e a ganhar prática em fazê-lo (algo que eu quase não fazia antes já que eu, mesmo depois de casada, sempre tive quem cozinhasse pra mim). Hoje tenho prazer em cozinhar para a minha família, mas antes era algo que eu não gostava nem um pouco de fazer - que já era de se esperar já que dificilmente iremos gostar daquilo que não dominamos ou, pelo menos, não conhecemos o suficiente para termos alguma confiança em nós mesmos. Claro, não sou nenhuma expert na cozinha e nem sei cozinhar para muita gente, mas me empenho o suficiente para que as minhas comidas fiquem gostosas (embora simples) e acho que o fato do meu marido me elogiar bastante (principalmente as minhas saladas com frutas que todos aqui em casa gostamos muito), me dá ousadia de experimentar e, de vez em quando, até de inventar pratos diferentes. Não ter um grande repertório de receitas também não é problema, a internet é a minha grande aliada, rs - viva à tecnologia!

Do fim do ano passado para cá, uma nova mudança em nossa vida: dessa vez, tivemos de, como família, aprender e nos habituar a manter a limpeza da casa durante a semana já que, por motivos financeiros (porque parei de trabalhar fora), a pessoa que nos ajudava com os serviços domésticos passou a vir apenas de sábado para fazer a faxina e para cuidar da roupa (antes ela vinha 3x). E isso com a novidade também de que agora as duas crianças ficavam o dia todo comigo em casa. Isso já foi um tremendo desafio pra mim.

Imaginar que, em meio ao tempo que eu ficava na cozinha para preparar as refeições (e depois para limpar toda a bagunça: tirar o lixo, varrer e passar pano no chão, lavar a louça, guardá-la, etc) e também brincando e ensinando as meninas (nossa atividade de homeschooling pela manhã), eu ainda teria de encontrar alguma horinha durante o dia para dar conta de ler os textos da faculdade. E, no fim do dia, quando minha bateria já estivesse quase toda esgotada, lá iria eu pegar o trem para ir assistir aula na faculdade - quatro noites por semana! Um expediente rigoroso de três turnos, não só para mim, mas também para o maridão que assumiria o "turno noturno" da casa (leia-se: lavar toda a louça da janta, colocar as meninas pra dormir e depois ainda pegá-las dormindo, colocá-las no carro pra ir me buscar na faculdade bem tarde da noite - 40 min para ir e 40 min para voltar!). Quase não sobraria tempo para ele descansar também.

Pois eis que de duas semanas para cá, há uma nova tarefa a ser incorporada: aprender a lavar e passar roupa! Ouço com frequência que lavar é moleza, afinal eu tenho máquina e não tem segredo. Eu até acredito, mas como nunca a fiz regularmente (de verdade, admito!) me dá um friozinho na barriga de imaginar como vai ser. Em primeiro lugar, estou ciente de que vou precisar me ORGANIZAR melhor (tem muitos blogs que ajudam e já estou começando a lê-los, além de pedir dicas a amigas que ficam em casa para saber como elas fazem tudo). Também preciso começar a aceitar o fato de que não vou mais ter o privilégio de ver minha casa toda limpinha e organizada no mesmo dia. Recentemente alguém compartilhou no Facebook um texto engraçado com o título "Dez Mandamentos da Maternidade". O 1º. mandamento dizia: "Renunciarás a uma casa limpa". E é bem isso que estou tendo de fazer ultimamente, rs. Vou aprender a me contentar com os banheiros limpos num dia, a roupa lavada no outro (passada então, só muitos dias depois!), os brinquedos organizados no outro, e assim sucessivamente. Mas tudo limpo e organizado no mesmo dia, acho bem difícil daqui pra frente. Em vez de me matar por um ideal que por ora é inatingível, vou aprender a aceitar, com alegria, minha nova realidade.

A maior bênção disso tudo é o meu esposo. Não conseguiria fazer nada disso sem o apoio dele. Ele é do tipo que arregaça as mangas e faz junto, sabe? Não coloca todo o peso sobre os meus ombros. Não tem esse negócio de que ele "trabalha fora" e eu "dentro", ou seja, ele não fica esperando tudo de mão beijada em casa só porque ele é o provedor financeiro da nossa família atualmente e eu fico em casa o dia inteiro. É claro que ele fica feliz quando eu faço as coisas dentro de casa, principalmente para ele (como passar suas camisas), mas não é dependente disso. Ele sabe se virar até melhor do que eu porque já tinha morado sozinho antes de nos casarmos e isso o ajudou bastante. Não me sinto cobrada por ele. Aliás, ele me surpreendeu um dia dizendo que ficava feliz quando chegava em casa e encontrava a garagem revirada de brinquedos porque era sinal de que as meninas haviam se divertido muito ali aquele dia. E eu pensando que o objetivo era deixar tudo guardadinho e organizado para ele não encontrar uma casa caótica, hehe. : )

De qualquer forma, preciso preparar uma nova agenda de atividades para o nosso lar (confesso que não sei quando vou conseguir arrumar tempo para isso!) e, dessa vez, gostaria de aplicar o princípio dos Moores para o homeschooling: estudo, trabalho e serviço. Leia este post para entender um pouco sobre a filosofia de educação domiciliar sobre o qual eles escreveram. Além de incluir à nossa rotina o trabalho da casa (serviços domésticos), dividido em partes para cada dia da semana, e permitir que as meninas participem dele (na medida do possível, de acordo com a idade de cada uma, claro), também quero pensar em formas de serviço à comunidade a nossa volta que minhas filhas e eu podemos gostar de nos envolver, para abençoar o próximo. Esta é uma visão bastante interessante de formação do cidadão (e do cristão) e acho que seremos grandemente abençoadas se isto fizer parte de nossas atividades regulares.

Como vou fazer tudo isso? Bem, isso eu ainda não sei. Mas aceito dicas e sugestões! O que está mais latente para mim no momento é a constatação de que eu vivi a minha vida toda num HOTEL e não sabia, rs. Alguém mais aí? Desde pequena passava quase o dia todo na escola, chegava em casa pra tomar banho, jantar, fazer lição de casa e dormir. Eu sujava as roupas, mas bastava colocá-las no "cesto mágico" e, dentro de poucos dias, elas apareciam limpinhas e cheirosas na minha gaveta novamente. Comida fresca e quentinha também sempre tinha à mesa, em todas as refeições, e eu nem sabia de onde elas vinham e o tempo e o trabalho que dava prepará-las. Sucos? Sempre tinha natural. Nada desse negócio de pozinho. O lençol da minha cama estava sempre esticado apesar de eu sair de manhã e deixá-lo todo embolado. O meu trabalho e obrigação, enfim, eram estudar e ser boa aluna. Tirar boas notas. Apenas isto era cobrado de mim porque, afinal, eu estudava num colégio caro e precisava fazer valer este investimento dos meus pais. Mesmo tendo começado a trabalhar cedo (aos 16), o trabalho era fora, no escritório, não em casa.

Assim, além de manter a organização de meu armário e prateleiras (algo que nem precisava mandar eu fazer), raras vezes precisei ajudar nos serviços domésticos. No domingo, às vezes, minha mãe nos fazia arrumar a própria cama ou distribuía tarefas para agilizar o almoço, uma vez ou outra até falou para meu irmão e eu lavarmos o banheiro. Ela tinha essa noção de que precisávamos aprender, mas as oportunidades não foram tantas a ponto de eu poder dizer que aprendi e, por isso talvez, hoje eu me sinta um tanto incapaz para desenvolver essas tarefas. O resumo da ópera é que meus pais (com todo o amor e entendimento que tiveram na época) tentaram nos poupar e com isso tive uma formação "deficiente" nesse sentido. Mesmo depois de casada, quando eu não tinha condições $$ de pagar alguém para trabalhar para mim, eu mandava roupa suja para a empregada da minha mãe lavar e passar (isto apesar de eu ter máquina em casa!).

Mas, agora que fui "pega com as calças curtas", estou aprendendo a VALORIZAR esse serviço!! Como a Beth conseguia faxinar toda a casa, cozinhar, lavar e passar tudo em um único dia de trabalho está além da minha compreensão, rsrs. Me perguntaram se eu vou querer contratar outra diarista para fazer o que ela fazia. Minha resposta, pelo menos por agora, é não. Por quê? Primeiro pela questão financeira (vou guardar esse dinheiro para outras coisas) e segundo porque por muito tempo ouvi de minha mãe que eu tinha de aprender a fazer o serviço para poder falar como eu queria que fosse feito. Pois é, então se for para eu ter uma diarista de novo algum dia, então primeiro eu tenho de aprender a fazer o serviço!! E fazer bem feito, no capricho. Sabe que se tornou uma questão de honra pra mim? Eu preciso fazer isso por mim mesma, para eu me sentir capaz, para eu saber que consigo me virar sem uma empregada doméstica, que eu não sou incapaz de cuidar da minha própria casa. Eu não sou burra e nem inválida, tenho total condição de aprender. Basta eu querer e me empenhar. E também porque eu quero passar essa filosofia de autonomia para as minhas filhas, quero ajudar a desenvolver isso nelas. Quero que elas saibam se virar, não quero que elas fiquem dependentes de alguém sempre tendo de fazer tudo por eles, com essa sensação de incapacidade que eu estou sentindo. E, em terceiro lugar tem a questão cultural - e se no futuro nossas filhas quiserem morar em outro país? Nunca morei fora, mas já ouvi muito que em outros lugares não é essa mamata que temos aqui em SP, de ter alguém que faça tudo por nós (mão-de-obra barata que, por sinal, está deixando de ficar barata). Lá nos EUA, por exemplo, é muito comum as mulheres fazerem as próprias unhas, escovarem os próprios cabelos, fazerem a própria depilação, cortarem o cabelo dos filhos, limparem a própria casa e muitas, inclusive, ensinam os filhos em vez de enviá-los para a escola!! Os maridos também, até onde eu sei, costumam ser ativos e participativos - alguns constroem a própria casa, fazem mudanças quando preciso, constroem os armários da cozinha (ou outros móveis para a casa), pintam a casa... enfim, se metem a serviços de pedreiro, de marceneiro, de pintor e afins. E tudo isso sem deixar de estudar, fazer faculdade, se especializar, etc. Um conhecimento não precisa desprezar ou excluir o outro, eles se agregam!

Mas voltando a falar sobre o tema deste post, como vocês perceberam eu ainda não acertei a "rotina ideal" para o nosso homeschooling. Se você olhar para o meu plano de fevereiro (acima), vai ver que ele está lindo. Eu aparentemente pensei em todos os pormenores, me empenhei em preparar algo redondo, coeso. É sempre assim, não é? As teorias, no papel, costumam ser lindas. Eu preparo algo brilhante e "perfeito", mas quando chega a hora de aplicar o plano, bem... nem sempre sai como eu idealizei. No meu caso, posso dizer absolutamente o contrário: nesse último mês os meus dias quase nunca saíram como o idealizado no papel! Um verdadeiro fracasso, se você parar para pensar, rs. Mas tudo bem! Numa palestra a que assisti recentemente, cujo tema era gerenciamento do tempo, fui inspirada por um princípio que deve ser o norteador de nossas escolhas: pessoas, e não coisas, vêm em primeiro lugar. O termo "coisas" neste momento para mim significa o meu plano para a nossa rotina de atividades diárias. : )

E não posso nem botar a culpa na faculdade. Mesmo quando as minhas aulas ainda não tinham começado, foram raros dias que eu consegui seguir o plano das 2 horas de estudo, intercalado os momentos individuais e os momentos com as meninas juntas. Era coisa demais para eu preparar e, no fim, eu acabava improvisando com base no que acontecia. Por outro lado, tivemos experiências riquíssimas! De verdade. Vou dar dois exemplos.

Numa manhã estava eu "lendo" um livro de figuras para a Alícia e, numa das páginas, tinha a foto de uma menininha vestida de rainha, com coroa, manto e moedas simbolizando sua riqueza. A Nicole se interessou muito, começou a fazer perguntas sobre reis e rainhas e fizemos um projeto em cima disso. Peguei uma cartolina e criamos nossas próprias coroas, pintamos as pedras preciosas nelas com cola de diferentes cores e depois brincamos de usá-las.

Outro dia ela ficou falando de binóculos (que tem na mochila da Dora Aventureira) e aproveitei a curiosidade dela para fazer outra atividade artística! Juntei alguns rolos de papel higiênico, os encapamos com papel crepom (que era o que tínhamos em casa) e criamos dois binóculos e um monóculo. Depois procurei na internet fotos de binóculos e monóculos de verdade para ela poder comparar. Ela se divertiu brincando de tentar enxergar pelos binóculos e monóculo que havíamos criado.


Não estou me martirizando pelo "fracasso" da minha rotina idealizada, estou olhando pelo lado positivo, pelo lado "construtivista" de nossas atividades improvisadas e descobrindo que "homeschooling" tem muito mais a ver com VIVER A VIDA do que escolarização em si.

No mais, continuamos com os "play dates" quinzenais (uma amiga e suas duas filhas vêm à nossa casa pra passar o dia conosco no Sesc, uma bênção!). E mesmo quando elas não vêm, eu continuo fazendo o passeio ao ar livre só entre nós. Abaixo vejam algumas fotos de um passeio recente que fizemos sozinhas. : )



Está ficando cada vez mais claro para mim que, pelo menos enquanto as crianças forem pequenas e estiverem em casa, essa busca por uma "rotina ideal" se transformará, quase sempre, numa "rotina possível". A cada dia, semana e mês surgem novidades e desafios - novos ou diferentes - para serem superados. Apesar de racionalmente ter consciência desses pontos, confesso que emocionalmente ainda é uma luta! 

segunda-feira, 25 de março de 2013

A história da Páscoa - um incentivo para enriquecer suas tradições familiares!

Em dezembro do ano passado, nossa amiga Cristine falou sobre Tradições Natalinas com os Filhos e deu ideias de atividades significativas que podemos fazer com as crianças em antecipação da comemoração do nascimento de Jesus. Bem, a Páscoa está chegando e a lembrança da morte e ressurreição de Jesus Cristo é, sem dúvida, a data mais importante do calendário cristão!

Aqui em casa começamos a falar sobre o assunto no início do mês de março com meu marido relembrando a história da crucificação nos momentos devocionais em família que fazemos pela manhã. Porém, alguém recentemente compartilhou pelo Facebook um vídeo lindo que não resisti em trazer aqui para o blog: é a história da Páscoa encenada só por criancinhas. É bem curtinho, mas delicioso de assistir! Minha filha de 3,5 anos simplesmente amou e me pede para assisti-lo novamente quase que diariamente, rs.


O engraçado é que o dia em que o assistimos pela primeira vez de manhã, a mensagem impactante da Cruz ficou ressonando em sua mente, levando-a a insistir na mesma pergunta várias vezes durante o dia: "Mamãe, por que os homens quiseram bater em Deus?". O vídeo de Jesus mexeu com ela. Eu tento explicar que as pessoas não sabiam e não acreditavam que Jesus era o Filho de Deus e que tinham raiva dEle, queriam que Ele morresse porque achavam que Ele estava mentindo para elas. Ela ouve pensativa e não fala nada. Parece contentar-se, mas dali a pouco, não satisfeita, torna fazer a mesma pergunta!! Não se cansa de tentar entender e lá vou eu tentar explicar tudo novamente, rs.

No dia seguinte, na hora do café da manhã, advinhem a primeira coisa que vem à mente dela na hora do devocional? Sim, ela pede de novo: "Eu quero ver a história de Jesus no ipad". Rsrs.

Tenho refletido que oportunidades como essas são magníficas para alcançarmos o coração de nossos filhos, para expormos as fragilidades da natureza humana e para falarmos de princípios espirituais profundos que dizem respeito à nossa existência nesta Terra. E lembrarmos do infinito e incondicional amor de Deus por nós, do sacrifício de Jesus que se entregou à morte para que não precisássemos ser condenados, que por meio de uma vida justa nos reconciliou com o nosso Criador, permitindo que nos tornássemos FILHOS do Altíssimo. A história da Páscoa é a mais linda de todas e quando, em meio à nossa religiosidade vazia, nos esquecemos dela, a nossa perspectiva muda e nos tornamos cristãos soberbos, egoístas, frios, arrogantes e afins. É a HISTÓRIA DA CRUZ que nos lembra quem nós somos e, principalmente, quem Ele é. E é essa história que não podemos deixar de contar e recontar aos nossos filhos muitas e muitas vezes!!

Nesta Páscoa, quero incentivar você, querida mamãe leitora, a não colocar o foco no coelhinho ou no ovo de chocolate em seu lar. Chocolate é bom, é sim - e eu amo! - mas nesses meus 10 anos de casada, comprar "ovos de páscoa" não fez parte da nossa tradição de páscoa em casa, e isso mesmo quando não tínhamos as meninas. Claro que se eu recebê-los, aceito com a maior tranquilidade e alegria, hehe. Como hoje, por exemplo, em que a Nicole ganhou chocolate na aula de balé e veio para casa fantasiada de coelhinha. De toda forma, eu quero aproveitar a data para focar no que a Páscoa realmente significa, fugindo das confusões que a mídia faz ao colocar todos os holofotes na figura do coelho e dos ovos!

Domingo passado foi "Domingo de Ramos" e agora só falta uma semana até a "Sexta-feira Santa" e o "Domingo de Aleluia". Você pode aproveitar os próximos dias que antecedem o final de semana da Páscoa para narrar para os seus filhos a história da última semana de Jesus na Terra, numa atividade bem gostosa em família. Você pode fazer em forma de encenação (como o do vídeo acima) de modo que cada integrante da família represente um personagem. Ou, dependendo da idade dos seus filhos, pode imprimir desenhos que ilustrem a parte do relato daquele dia para colorir. Cada dia você foca numa parte, por exemplo:

1 - A Entrada Triunfal em Jerusalém - Jesus montado sobre um jumento
2 - A Última Ceia - Jesus prediz a sua morte aos discípulos
3 - No Getsêmani - Jesus é preso, traído por Judas e negado por Pedro
4 - A Crucificação - As zombarias, a coroa de espinhos, os cravos, o sepultamento
5 - A Ressurreição - A pedra removida e o sepulcro vazio
6 - A Ascensão - Jesus aparece aos discípulos

Aqui está apenas uma sugestão. Quanto mais velhos forem os seus filhos, mais fácil fica acrescentar detalhes e ler o relato todo da própria Bíblia. Este sempre é o objetivo! Que você aproveite essas dicas para criar tradições e memórias bem especiais em família com os seus.

Um abraço, Talita

domingo, 17 de março de 2013

Está na dúvida entre parto normal e cesárea?

O post de hoje é para mamães que estão gestando e em dúvida sobre o tipo de parto que querem ter. Se você está na dúvida muito provavelmente é porque você já ouviu falar que o parto normal é a MELHOR OPÇÃO, por "n" motivos, e sabe (racionalmente) que há incontáveis benefícios tanto para a mãe como para o bebê... mas, por outro lado, você pensa que não tem estrutura psicológica para encarar um parto normal, tem MEDO DA DOR e, assim, imagina que a cesárea possa ser um bom atalho para um parto "seguro" e "sem complicações". Se você chegou a este post, talvez seja o seu caso. Acertei?

Para ajudá-la, primeiro eu gostaria de dizer que esta noção de poder escolher é, em si, algo bastante curioso e muito típico de nossa mentalidade brasileira. O mesmo não acontece em muitos outros países, inclusive nos mais desenvolvidos - por isso não é uma questão de pobreza ou de riqueza, mas sim de mentalidade. Você sabia que em muitos países, fazer uma cesárea eletiva, sem indicação médica, é um pensamento absurdo? Sim, porque para essas mulheres é inconcebível que se prefira - apenas por opção e não por real necessidade - realizar uma operação cirúrgica para algo que é um evento fisiológico.

Outra diferença de pensamento está ligada às práticas médicas e à nossa dependência dos "especialistas". Aqui no Brasil faz parte da nossa cultura de classe média terceirizar tudo... pagamos alguém para lavar o nosso carro, fazer a nossa unha, cortar o nosso cabelo, limpar a nossa casa, lavar a nossa roupa, fazer a nossa comida, trocar o óleo do nosso carro, fazer a nossa mudança e criar ou educar os nossos filhos, para citar alguns exemplos. Como povo brasileiro internalizamos esse modo de pensar e de viver para quase todas as áreas das nossas vidas, o que invariavelmente se estende às práticas médicas, chegando ao ponto de querermos que o pediatra nos ensine como fazer a primeira papinha do bebê!! Já reparou? É até engraçado, se você parar para pensar bem. Mas, infelizmente, uma das consequências dessa mentalidade - tão diferente da "do it yourself" (=faça você mesmo) típica de outros países - é que NOS SENTIMOS INCAPAZES para realizar as funções mais básicas de nossa existência, sendo uma delas a de PARIR. Algo que deveria ser um processo tão natural entre mãe e bebê acaba sendo delegado a uma terceira figura, o especialista. Sim, porque a raiz do pensamento é justamente este: inconscientemente, achamos que o médico é quem vai realizar o parto. Ele vai fazer o que nós achamos que não conseguimos fazer sozinhas. E, assim, essa "terceira pessoa" é quem vai trabalhar no nosso "trabalho de parto". Nós não vamos fazer nada, vamos nos contentar em ficar passivas e quietinhas porque ele é quem entende de partos. Nós pagamos, e ele faz.

Dito esses dois primeiros pontos relacionados à mentalidade e cultura brasileiras frente ao parto e à confiança em nossa própria capacidade de realizar coisas por nós mesmas, acrescento outro ponto - desta vez ligado especificamente à vida cristã, afinal, este blog também se propõe a isso, a ajudar mamães a aplicarem sua fé nas questões mais triviais do dia-a-dia. Vamos falar da questão do "medo da dor". Uma amiga recentemente me confidenciou que sempre imaginou que quando engravidasse iria chorar, mas não de emoção, e sim de pensar que "aquilo" teria de sair de dentro dela, rs. Atire a primeira pedra quem nunca teve medo de parir! Confesso que eu também pensava algo parecido. Aliás, cheguei ao cúmulo de dizer, quando era adolescente, que não iria querer engravidar nunca - tamanho era o meu medo da dor! - e dizia que iria adotar todos os meus filhos. 

Quando minhas amigas blogueiras (Cristine e Fabiana) e eu entramos nesse mundo da maternidade, "parto" era o assunto principal de nossas conversas por e-mail. Na minha família mais imediata não havia casos de mulheres que tiveram partos normais. Minha mãe fez 3 cesáreas e todas as minhas tias também - um total de 8 nascimentos por operações cirúrgicas! Claro que com esse histórico meu medo e ansiedade não desapareceram, só aumentaram. O mais natural seria olhar para esses números e pensar: "Vixi, já era! Na minha família as mulheres não têm dilatação suficiente para parir naturalmente, vou ter de ter cesárea também...". Até que eu concluí que, na verdade, o que aconteceu foi que minha mãe e tias provavelmente foram "vítimas" do fenômeno brasileiro das cesarianas induzidas por médicos. Depois de ouvir sobre o que eu andava pesquisando, minha mãe mesmo acabou admitindo que os partos dela foram cesáreas porque o médico era preguiçoso, não quis esperar ela dilatar e acabou agendando o parto para antes da hora.  Sim, porque minhas avós não tiveram escolha e elas tiveram partos naturais em casa, ou seja, sem anestesia. Na raça mesmo!

Diante dessa constatação, você pode pensar que minhas avós não eram sedentárias como a maioria das mulheres de hoje e que, por isso, seus corpos estavam mais preparados para um trabalho de parto natural, sem intervenções médicas. Em parte sim, porque uma das minhas avós inclusive trabalhou por muito tempo na roça e ralava o dia todo debaixo de sol e chuva (ela teve 4 filhos). Já minha outra avó (falecida) viveu boa parte da vida na cidade, até onde eu saiba dentro de casa e cuidando dos filhos (ela teve 3). De toda forma, o condicionamento físico não era algo que me amedrontava tanto porque eu sempre fui muito ativa fisicamente. E ainda que não estivesse "em forma" como gostaria (fazendo exercícios físicos regularmente), isso era algo que eu poderia mudar. Não estava além de mim, não era algo impossível porque dizia respeito a práticas importantes para uma boa saúde, certo?

A Cristine foi a primeira de nós a dar à luz (leia o relato de parto dela aqui) e, embora tenha sido um parto induzido e, portanto, bem sofrido, a história dela me animou a tentar também. Meu medo, como disse acima, era não ter dilatação. Pensei que se ela, que era uma pessoa tão magra, tinha tido dilatação suficiente para parir, por quê eu que sou bem mais larga do que ela não teria? Comecei a conversar com as pessoas para ouvir suas histórias de parto. Nas minhas visitas ao salão de beleza me interessava por ouvir os relatos de parto normal. Geralmente vinham de mulheres que tinham tido bebês em casa (como as minhas avós) ou no sistema público. E a dica delas sempre era algo do tipo: aguente o máximo que puder em casa, não vá correndo para o hospital ao primeiro sinal de contração; o parto é um processo e, se você estiver atenta, vai saber quando é a hora.

E é aí que entra a questão de aplicar a fé em tudo. Algumas mulheres, em tese, até optam por um parto normal, mas no fim da gestação, com a barriga pesando e o cansaço acumulando, a ansiedade vence e elas desistem. A espera é difícil, eu sei, mas faz parte do trabalhar de Deus, para nos fortalecer e lapidar. Ele não se preocupa apenas com o destino. Ele está interessado no percurso também, nas oportunidades que temos de nos deixarmos moldar por Ele, de aprendermos a ter paciência e a esperar! Vivemos vidas agitadas e estamos sempre com pressa. Pressa pra quê?! Rsrs. Com isso, acabamos desperdiçando os momentos de silêncio que poderíamos ter nos dias finais da gestação, por exemplo, para pensarmos, refletirmos, meditarmos e orarmos. Todos os dias são um presente de Deus para nós, inclusive os dias difíceis das últimas semanas de gestação. Num piscar de olhos eles se passam e não voltam mais! Temos de nos deleitar neles, entregar nossas preocupações a Deus e aprendermos a descansar no Senhor.

Mas voltando à questão original deste post, para você que ainda tem dúvida se quer parto normal ou cesárea, compartilho o seguinte princípio espiritual de que sou constantemente lembrada na minha caminhada cristã: Deus não quer ser senhor apenas de uma ou algumas áreas de nossas vidas, Ele nos quer por completo. Nós temos mania de compartimentalizar a nossa fé e de achar que certas áreas não são relevantes para Ele. Como, por exemplo, achar que Deus não se preocupa com o nosso corpo. É claro que Ele se preocupa! Afinal, foi Ele quem o criou para desempenhar suas funções vitais mais básicas, desde respirar, dormir, se alimentar, se hidratar, transpirar, eliminar fezes e urina, fazer sexo, enfim... E Ele também criou o seu corpo para gerar vida e DAR À LUZ pela vagina, naturalmente!

Já pensou que o bebê ter de sair pela vagina NÃO foi erro de Deus? Ele sempre faz o melhor! Como cristãs, cremos nisso, ou será que não? Pois se "sim", então por quê cogitamos algo diferente apenas por medo? Será que quando permitimos que o nosso medo da dor seja maior do que a nossa fé - a ponto de preferimos uma cesárea eletiva - no fundo no fundo não estamos dizendo justamente isto: que, na verdade, o jeito como Deus criou as coisas não é tão bom assim e que há uma outra maneira melhor?

Acredito que a dor faz parte da preparação para a maternidade. E o seu corpo tem condições de superá-la. Você não deve fugir da dor, mas se preparar para ela porque, como você bem sabe, não é algo que não seja suportável. Tem um livro do Philip Yancey que nunca li, mas lembro-me que quando o vi pela primeira vez o título me chamou muito a atenção: "A Dádiva da Dor". Bem sugestivo, não é? Pois é, e eu creio que superar a dor de parir nos torna mulheres mais FORTES. Seria como pensar na lagarta que quando vira borboleta precisa romper com o casulo para criar forças nas asas pra voar mundo afora.

Acho que não devemos buscar atalhos. O caminho mais fácil ou mais curto nem sempre é o melhor para nós. São experiências pelas quais a gente precisa passar porque elas ajudam a nos moldar, a transformar e, principalmente, nos fazem agarrar em Deus com todas as nossas forças. Ele SABE do nosso medo, mas Ele promete não nos abandonar um minuto sequer. Parir é tão especial, mas tão especial, que se torna uma marca que a gente carrega para sempre no coração - um rito de passagem, um obstáculo a se superar para entrar na próxima etapa da vida. Ela nos inspira e nos enche de confiança para sermos a mãe ATIVA do bebê que Ele nos confiou. E o que acontece é que toda vez que nos lembramos dessa experiência, queremos louvar o Deus da criação pelo dom da VIDA e pelo privilégio de ser mãe!

Eu creio que Deus é Deus de tudo. E eu também creio que Ele deseja participar das nossas decisões, inclusive no que se refere ao tipo de parto que vamos ter (por mais 'absurda' que essa decisão possa ser). O propósito original de Deus ao criar o homem não ficou ultrapassado com a modernidade! A cesárea pode ser mais cômoda, talvez menos dolorida, mais barata e até mais rápida do que o parto normal, mas quando optamos pelo parto normal estamos escolhendo honrar a criação de Deus. É como se disséssemos que, apesar dos nossos medos e inseguranças, confiamos que Deus tem o melhor para nós, que sabemos que Ele é o mesmo ontem, hoje e será eternamente, e que confiamos que Ele cumprirá Sua promessa de estar conosco todos os dias de nossas vidas, inclusive nos momentos de dor durante o parto.

Acho que se você chegou até aqui é porque você estava interessada em ser convencida a ter parto normal, rs. E fico feliz que você tenha lido até o final porque meu desejo era justamente ajudar a inspirá-la e a despertá-la para uma realidade que possivelmente fosse desconhecida para você. Mas lamento dizer que desejar ter um parto normal, principalmente aqui no Brasil, é apenas o primeiro passo, não o único. Além de haver a possibilidade de você realmente precisar de uma cesárea (as chances são mínimas, mas ainda assim é uma possibilidade em casos especiais ou de emergência), há muitos outros passos a serem dados daqui pra frente para você conseguir ter uma boa experiência de trazer seu filho ao mundo, de uma forma que seja a mais natural possível. Vai ser preciso uma mudança de mentalidade da sua parte, no sentido de acreditar que, com a graça de Deus, você é capaz de parir. Por isso, se você já estiver grávida (o que eu acredito que seja o caso!), não deixe de pesquisar mais. Em suas pesquisas, procure pelo termo "parto humanizado".

Aqui no blog já compilamos algumas informações que podem lhe ser bem úteis - desde vídeos documentários feitos por pessoas que se dedicam a pesquisar este assunto como relatos de partos de mamães que conhecemos, inclusive de uma que tentou normal e precisou recorrer à cesárea. Segue uma relação das postagens que já temos sobre o assunto. Espero que em breve tenhamos mais relatos para postar!

Parto humanizado - vídeos que inspiram e notícias que aborrecem!

Violência obstétrica em foco - sobre o documentário e a minha experiência.
Parto no Brasil - a caminho da humanização. (em 4 partes)
O que é parto humanizado?
Experiências de parto de uma brasileira no Canadá - os benefícios de uma doula para dar assistência à parturiente (Mamãe Vanessa)
Parto normal, cesárea ou natural? (Mamãe Fabiana)
Relatos de parto normal - Tiago e Larissa! (Mamãe Cristine)
Relato de parto natural (Mamãe Luciana)
Parto normal vale a pena? (Mamãe Talita)

Muitos médicos de planos de saúde e hospitais particulares atualmente estão dando preferência para a cesárea, por uma questão de logística e custo-benefício para eles, afinal querem tirar o máximo de dinheiro dos planos de saúde (que, sendo empresas com fins lucrativos, para racionalizar os custos, muitos vezes pagam pouco a seus profissionais e fornecedores). Alguns obstetras de plano de saúde de cara já dizem à paciente que cobram um valor por fora para realizar partos normais (por isso eu disse acima que, para algumas mulheres, a cesárea é mais barata). Outros, como sabem que vão perder muitas de suas pacientes se revelarem de princípio esse não-desejo pelo parto normal, preferem ir levando a questão de barriga durante todo o pré-natal. Ou pior, se mostram favoráveis ao parto normal nas primeiras consultas, mas ao longo do caminho vão criando situações fictícias para colocar medo na cabeça da gestante quanto ao "preço a se pagar" (não-monetário) pelo parto normal, distorcendo os fatos para dar a entender que, no caso dela, a cesárea é a opção mais segura para a saúde do bebê. O resultado de tudo isso é que fica cada vez mais difícil encontrar um profissional com experiência em partos normais. E os poucos partos normais que esses obstetras fazem normalmente são cheios de intervenções desnecessárias!

E o que isso tudo significa para você, mamãe que está lendo este blog? Significa que, se você não for proativa em buscar informações confiáveis sobre o processo fisiológico do parto, você corre o risco de ser induzida a fazer uma cesárea desnecessária, ou pior, corre o sério risco de se submeter a um parto normal muito sofrido desnecessariamente (e me odiar por tê-la convencido a tentá-lo!) - com direito a ocitocina, episiotomia e uma série de outros procedimentos rotineiros que fazem parte do protocolo hospitalar, mas que acabam atrapalhar o trabalho de parto natural!

Uma amiga minha brasileira, depois de 2 partos normais hospitalares e estando grávida do 3º. filho, chegou à conclusão de que não quer mais de parir no hospital. Eu sei que, a princípio, parece loucura hoje em dia querer ter um filho fora do hospital (seja na própria casa ou em casa de parto). Quando ouvem uma história dessas, muitas pessoas logo pensam: "Mas que imprudência! Quanta irresponsabilidade!". Mas se você parar para pensar, hospital é lugar de pessoas doentes, que ficam presas numa cama, bem quietinhas e passivas, conectadas a aparelhos e recebendo medicação na veia. E o que normalmente não pensamos é que um lugar assim, evidentemente tão propício para transmissão de doenças, dificilmente possibilita um parto ativo, um parto da mulher, um parto natural, um parto com liberdade. 

Como todas ouvimos sempre, gravidez não é doença. E digo mais: a parturiente não pode deitar pra ficar "confortável" durante o trabalho de parto. Ela tem de se mexer! No trabalho de parto, a mulher e o bebê têm de trabalhar! É natural que a mulher queira se mexer até encontrar a melhor posição, não só para aliviar a dor, mas também para o bebê se encaixar melhor para o momento expulsivo... enfim, faz parte da preparação e o corpo pede isso! Mas muitas vezes os protocolos hospitalares dificultam o processo natural porque, por causa de uma série de regras padronizadas e comuns ao tratamento de doentes, você... 1. perde a sua privacidade (um monte de pessoas entra e sai da sala o tempo todo... e você nua ou com as pernas arreganhadas!), 2. perde o direito de comer e de beber, 3. é obrigada a tomar soro na veia para se hidratar (como um doente que não pode se alimentar por vias naturais ou então um paciente que vai passar por uma cirurgia), 4. perde a liberdade de caminhar e de se movimentar livremente (por causa dos equipamentos de monitoramento do coração do bebê) e, 5. muitas vezes, ainda é impedida de fazer xixi no banheiro (tem de usar a comadre!) ou mesmo de tomar banho. Apenas para citar os exemplos mais constrangedores, no meu ponto de vista.

Com isso, que fique claro, minha intenção NÃO é recomendar qual o melhor lugar para você ter o seu parto, e sim alertá-la para que você leve essas questões em consideração e converse com o seu médico sobre as possibilidades, para que você tenha um parto mais humanizado o possível. E que, inclusive, faça um 'plano de parto' para determinar o que você concorda que seja feito ou não.

Bem, depois de tantas palavras, espero ter ajudado a esclarecer a sua dúvida. Desejo um parto maravilhoso para você!

Um abraço, Talita

terça-feira, 5 de março de 2013

Delayed Academics: Key to Preventing Learning Problems (tradução para o Português)

Adiar o Início do Ensino Acadêmico Formal: A Chave para Prevenir Problemas de Aprendizado
Por Martin e Carolyn Forte do site www.excellenceineducation.com

Enquanto crianças são incentivadas a alcançar objetivos acadêmicos cada vez mais
precocemente, a incidência de dificuldades no aprendizado cresce num ritmo alarmante (alguns diriam epidêmico). Isso pode decorrer de inúmeras causas, desde problemas de resposta imunológica a questões alimentares e familiares, mas um fator que está sujeito ao controle imediato de pais que escolhem educar seus filhos em casa é a idade em que estabelecem atividades acadêmicas formais para os filhos realizarem. Cem anos atrás, era comum crianças entrarem na escola com 8 anos ou mais. Há duzentos anos, muitas escolas sequer aceitavam crianças que não soubessem ler.
Hoje, em contraste, os esforços mais árduos de nossas escolas públicas não conseguem produzir formandos do ensino médio que tenham um nível compatível ao conhecimento e às habilidades que um formando do ensino fundamental possuía em 1900. O que está acontecendo? O sistema educacional coloca a culpa nas crianças (que têm dificuldades de aprendizado), nos pais (que são incompetentes e/ou descomprometidos), no governo/sonegadores de impostos (que pagam pouco), ou nos três. Os educadores raramente culpabilizam seus próprios métodos, materiais, grade horária, etc. A maioria das pessoas concorda que peças de “tamanho único” geralmente não vestem bem a maioria das pessoas, mas quando se fala em educação, pessoas que são inteligentes para outros assuntos, tendem a curvar-se diante da “sabedoria” do sistema educacional vigente no que diz respeito ao que uma criança deve aprender e quando deve fazê-lo. Pais que educam em casa me procuram todos os dias pra pedir “a lista” do que seus filhos deveriam estar aprendendo em cada ano letivo. Ou me procuram bastante preocupados porque o Júnior está no 3º ano e ainda não consegue fazer multiplicação direito, não sabe nomear as partes do discurso ou não conhece a diferença entre um paralelogramo e um trapezoide! Ó, céus!
Como ex-professora de ensino fundamental, eu posso atestar à quase completa incompetência da burocracia escolar – desde as faculdades de formação de docentes aos livros didáticos impostos pelo Estado. Muito embora a nova ênfase em fonética seja uma realidade promissora, me parece que a doentia insistência em persistir objetivos “acadêmicos” inapropriados em termos do desenvolvimento infantil vai garantir, para os próximos anos, um alto número de crianças deficientes intelectualmente, coincidentemente proporcionando um vasto mercado para os profissionais da educação especial. Como diretora de um Programa de Estudos Independentes particular que atende a um grande grupo de famílias que optaram pela educação domiciliar (que funciona como uma guarda-chuva para abrigá-las), vejo crianças sendo agredidas por esse sistema insano e desumano.
Mas isto não é o pior. O problema é agravado pela tirania dos “especialistas” que estão determinados a “ajudar” alunos que estudam em casa “diagnosticando” e oferecendo “tratamento” para tudo quanto é tipo de doença que foi descoberta de uma hora para outra, desde TDO (transtorno desafiador de oposição), à TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), ao meu preferido: DPA (distúrbio de processamento auditivo), que engloba, de maneira brilhante, todas aquelas crianças que não conseguiram ainda se entender com o código fonético da língua inglesa. Estes “especialistas” querem nos convencer que crianças normais de repente se tornam “portadoras de distúrbios” quando entram na escola ou formalmente começam o ensino em casa. Não digo que não existam crianças com reais problemas físicos e/ou psicológicos, mas a grande maioria das crianças diagnosticadas com alguma “incapacidade de aprendizado” são simplesmente crianças normais com pouca tolerância ao tédio (TDA), com muita energia para conseguir ficar sentada fazendo exercícios chatos e repetitivos (TDAH), que ainda não aptas intelectualmente para absorver o conteúdo apresentado (DA, TDA, DPA, disléxico, disgráfico, etc.) ou possuem um estilo de aprendizado incompatível com o currículo vigente (TDA, etc. e etc.). Os rótulos são dados tão rápida e previsivelmente a tantas crianças que ficam desprovidos de qualquer sentido para nós; eles fazem sentido somente aos “especialistas”, que ganham a vida em cima desses distúrbios de aprendizado.
Muitos pais consternados optam pela educação domiciliar depois de receber um ou mais desses diagnósticos pavorosos sobre seus filhos. Eles os retiram da escola a fim de ajudá-los a superar sua “incapacidade” e “remediar” suas “deficiências”. Embora intuitivamente saibam que que seus filhos são inteligentes e que têm a capacidade para aprender, eles ficam presos aos padrões e prazos do sistema que condenaram seus filhos e, ao fazê-lo, criam dificuldades desnecessárias para si mesmos e para sua prole. Frequentemente, os pais me pedem um currículo que ajude seus filhos a “alcançarem o nível”. E eu pergunto: “Alcançar que nível?”. Ao acreditar que o Estado e as escolas públicas sabem qual a melhor forma de educar uma criança, eles colocam em risco a melhor oportunidade que seus filhos teriam de aprender no ambiente doméstico. Ao exigir muito e cedo demais, a resistência, a aversão e o medo do fracasso criam barreiras ao aprendizado, apenas agravando os danos já causados pelo sistema escolar.
Ensinar e aprender não são processos difíceis tampouco misteriosos. Ensinar o código fonético a uma criança que está pronta para aprender não requer um especialista treinado. QUE ESTÁ PRONTA PARA APRENDER é o termo-chave. Como ex-professora do 1º ano que aprendeu a ler no 1º ano, eu pensava que todas as crianças poderiam e deveriam aprender a ler aos 6 anos de idade. Foi preciso um vizinho determinado que educava os filhos em casa, minhas próprias filhas que começaram a ler “tarde” e as pesquisas dos pioneiros e defensores da educação domiciliar, Raymond e Dorothy Moore, para me convencer do contrário.
Estávamos muito empolgados em adotar a educação domiciliar e começamos imediatamente com o MCP (Modern Curriculum Press) Plaid Phonics quando a Tenaya tinha 5 anos. Ela aprendeu o som das letras rapidamente, mas não conseguia juntá-las para formar palavras. Ficamos as duas frustradas enquanto os vizinhos, que eram 2 anos mais velhos do que minhas filhas, brincavam contentes e não estavam tentando aprender a ler. Susan, a mãe deles, me falou dos livros e filosofias dos Moores. Eu não estava convencida, mas não tinha outra escolha. Minha filha inteligente e ansiosa por aprender não conseguia ler independente do que eu fizesse para ensiná-la. Se ela estivesse na escola, teria sido rotulada como disléxica apenas porque não sabia ler. A irmã dela, contudo, teria ganhado uma lista completa de rótulos: TDAH (ela se jogava contra as paredes quando não estava tentando escalá-las), DPA (só conseguiu associar som e símbolo quando tinha uns 9 anos), disléxica (não sabia ler), disgráfica (não sabia escrever), dentre outros.
O primeiro livro do Dr. e da Sra. Moore, “A Escola Pode Esperar” e a versão para leigos, “Melhor Tarde do Que Cedo”, me expôs aos fatos sobre educação e desenvolvimento infantil. Os Moores coletaram pesquisas médicas, olftalmológicas, neurológicas e psicológicas sobre a primeira infância e chegaram à inevitável conclusão de que, para a maioria das crianças, a melhor idade para iniciar o ensino acadêmico formal é entre 8 e 12 anos de idade! Para aqueles de nós que estamos mergulhados na cultura da escolarização precoce, esse parece um remédio difícil de engolir. Mas os Moores não se contentaram apenas com os dados das pesquisas laboratoriais; eles estudaram famílias que educavam em casa nos anos 70 e 80 para ver o que acontecia com crianças que tinham liberdade para aprender num ritmo mais natural. O resultado foram muito mais livros, culminando no “Manual de Educação Domiciliar da Família Bem Sucedida”. Este volume detalha “A Fórmula Moore” que o Dr. e a Sra. Moore desenvolveram ao longo dos anos ao mesclar pesquisa com aplicação prática.
“A Fórmula Moore” inclui três elementos em porções aproximadamente iguais: estudo, trabalho e serviço. Eles não recomendam educação formal antes dos 8 anos de idade e, em alguns casos, antes dos 12 (minha filha caçula se encaixou nesta categoria do aprendizado mais tardio). Isto não significa que a criança não aprende nada até ter 8 ou mais anos. As crianças aprendem vorazmente desde o nascimento e é somente o obstáculo da “escolarização” desajeitada que consegue retardar ou impedir a outrora insaciável sede pelo conhecimento de uma criança. Os livros são ferramentas úteis e importantes, mas para uma criança pequena, o mundo está cheio de oportunidades de aprendizado, oportunidades muito mais ricas do que as que podem ser encontradas numa folha impressa. Quando a criança tem liberdade para explorar, para questionar e para imaginar, mundos interessantíssimos, que possivelmente jamais seriam conhecidos de outra forma, se apresentam. No estilo da educação domiciliar, a criança pode aprender a ler aos 5, aos 7 ou aos 12 anos de idade, depende de cada criança.
Esse estilo de ensino-aprendizagem mais leve quanto à transmissão de conteúdo formal incorpora importantes áreas do desenvolvimento frequentemente negligenciadas ou ignoradas pelo currículo formal: habilidade de escutar, coordenação olho-mão, grandes habilidades motoras, relações espaciais, relações pessoais, conhecimento sobre o meio-ambiente, desenvolvimento da memória, imaginação, lógica e muito mais. Por causa da esmagadora presença de mídias eletrônicas em nossas vidas, as crianças frequentemente têm dificuldade de usar a imaginação ou mesmo de ouvir histórias sem ilustrações que acompanhem. Elas são tão bombardeadas com o barulho constante do rádio, da TV e de jogos eletrônicos que elas mal conseguem pensar por si mesmas. Conceder à criança tempo nos primeiros anos de vida (de preferência com o mínimo de TV possível, etc.) para ela se desenvolver física, neurológica e emocionalmente a prepara para absorver o conteúdo escolar formal com mais ânimo.
Já que estamos falando de prontidão física e acadêmica, não podemos deixar de mencionar a questão dos estilos de aprendizado. É importante entender que cada criança tem seu próprio estilo de aprendizado e que ele pode ser diferente do seu ou de seus outros filhos. Independente de quando você começar o ensino formal, é imprescindível ensinar da maneira que melhor se encaixa com o estilo de aprendizado dele. A melhor publicação que conhecemos para auxiliá-lo a determinar e a compreender o estilo de aprendizado do seu filho é o livro “Descubra o Estilo de Aprendizado do Seu Filho” de Mariaemma Willis e Victoria Hodson. A combinação desse livro com os trabalhos dos Moores servirão de base para você ter uma experiência de educação domiciliar muito bem-sucedida.
Adiar o ensino acadêmico formal não pressupõe aprender a ler tardiamente, mas encoraja os pais a esperarem os filhos estarem prontos. Até lá, os pais podem ler para seus filhos, brincar com as letras e os sons e ficar atentos aos sinais de que os filhos estão começando a entender o código. Uma vez que isso acontece, você não pode impedir uma criança de ler. Algumas irão progredir rapidamente e outros o farão mais lentamente, mas conquanto a instrução seja fonética (isto é vital), as crianças caminharão gradualmente até que estejam lendo num nível adulto. Ainda que você descarte os rótulos de disfunções de aprendizado, você vai descobrir que talvez não consiga usar os currículos prontos (Ah, droga!). Uma das minhas filhas aprendeu a ler (sem esforço) aos 8 anos e a outra aos 10,5 anos. Uma usou o material Primary Phonics e a outra preferiu a cartilha “Eu Posso Ler” do Dr. Seuss. Completados esses compêndios iniciais, elas simplesmente selecionaram (com a minha orientação) livros dos quais elas gostavam. Gradualmente, elas progrediram para livros cada vez mais difíceis. Hoje ambas são graduadas e têm carreiras agradáveis.
Nós utilizamos a Fórmula Moore em vez de um currículo formal. As meninas tiveram muitos empregos e iniciaram uma série de negócios, incluindo o Fun Ed, que muito requisitado no nosso site Excellence in Education Resource Center. Elas fizeram parte de inúmeros projetos de serviço à comunidade que culminou num trabalho de missões internacional. A maioria das pessoas nos classificaria como “unschoolers” (=desescolarizados) e eu não negaria, apenas acrescento a este rótulo a informação de que usamos a Fórmula Moore para equilibrar nossas vidas.
Este final feliz não teria sido possível sem o conceito de “adiar o ensino acadêmico formal” uma vez que nossas filhas teriam sido rotuladas rapida e frequentemente, caso tivéssemos levado-as para os “especialistas” quando elas ainda não sabiam ler. Felizmente, nos dirigimos primeiro ao Dr. Raymond Moore e sua maravilhosa esposa, Dorothy, que nos disseram que conquanto elas estivessem progredindo não tínhamos com que nos preocupar. Eles estavam certos!
As escolas da modernidade foram projetadas para fazer para a educação o que Henry Ford fez para a indústria automobilística. E em alguns aspectos elas têm tido sucesso, mas lembre-se que as crianças não são como metais derretidos que podem ser redesenhados por qualquer molde para se encaixar em qualquer espaço com qualquer propósito. As crianças são seres humanos únicos e delicados, com talentos especiais, pontos fortes e fraquezas. Cada uma tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, que pode ser ignorado por nossa conta e risco. Como adeptos da educação domiciliar, rejeitamos o “sistema” por uma série de razões e saímos da caixa. Lembre-se de que a caixa inclui muito mais do que apenas o prédio. Sair da caixa e dar aos nossos filhos a melhor educação feita sob medida possível inclui questionar o programa e também o currículo escolar. Coisas que são produzidas em massa nunca são da melhor qualidade e o mesmo vale para a cópia do produto feito em massa.
A educação de melhor qualidade para o seu filho é aquela que se adéqua ao seu ritmo e estilo de aprendizado. Apenas o pai pode julgar a adequação desse ritmo de aprendizado ao observar os sinais, mas podemos obter bastante orientação dos muitos livros sobre educação domiciliar de Raymond e da Dorothy Moore e do Perfil de Estilos de Aprendizado do livro “Descubra o Estilo de Aprendizado do Seu Filho”, de Willi e Hodson. Forçar uma escolarização precoce pode surtir efeitos indesejados na futura vida escolar dos filhos. Em vez de se preocupar com a “dificuldade de aprendizado” porque seu filho não se encaixa no estilo e sequência didática de escolas “dentro da caixa”, invista sua energia ajudando-o a desenvolver seus interesses naturais. Você se surpreenderá com os resultados.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Experiências de parto de uma brasileira no Canadá – os benefícios de uma doula para dar assistência à parturiente

Nascida no Brasil, Vanessa tem 30 anos e reside no Canadá, onde ela e Devin, seu esposo (de nacionalidade sul-africana) tiveram seus dois filhos, Hudson (2 anos) e Sienna (4 meses)No sistema canadense, o sistema de saúde é público e gratuito e, talvez também por isso, cesáreas eletivas não são permitidas. Lá a gestante tem a opção de escolher entre ser atendida por um(a) médico(a) ginecologista e obstetra ou ainda por uma obstetriz. Tanto obstetras quanto obstetrizes são profissionais qualificados e reconhecidos no país para acompanhar o pré-natal e realizar partos normais. A diferença é que obstetras são médicos propriamente dito, ou seja, atendem somente em hospitais, são treinados para atender problemas no parto e fazem intervenções rotineiras, não porque elas sejam necessárias (como a episiotomia), mas porque é o que estão acostumados a fazer. Já as obstetrizes não podem fazer cesárea (por ser considerado um procedimento cirúrgico) e são especializadas em assistir a partos normais de mulheres de baixo risco, podendo realizar partos na residência da parturiente, em casas de parto e também no hospital. Há um protocolo rígido sobre que procedimentos são ou não permitidos que obstetrizes façam. Por exemplo, partos em casa só podem ser realizados a partir da 37a semana de gestação.

O primeiro parto de Vanessa foi hospitalar e o segundo foi em casa. Ambos partos normais realizados por obstetrizes. Ela conta que sua mãe tentou a todo custo convencê-la a fazer cesárea na primeira gestação porque não conseguia compreender o que levaria uma mulher a querer parir naturalmente, mas Vanessa seguiu firme em sua determinação porque acredita que o parto natural é infinitamente melhor para mãe e para o bebê. Para ela, os bebês ficam dentro do útero até estarem prontos para sair e que tirá-los prematuramente pode causar impactos negativos à sua saúde. “Parto natural é menos conveniente para os médicos?”, ela pergunta. “Que seja. Eu me preocupo mais com a saúde do meu bebê do que com os horários do médico!”.
O parto do primeiro filho foi no hospital simplesmente porque ela não conhecia nenhuma casa de parto perto de sua casa. Perguntei à Vanessa porque ela optou por receber assistência de uma obstetriz para fazer os seus partos em vez da de um obstetra. Ela explicou que no Canadá boa parte das mulheres prefere obstetras por desinformação, julgando que seja melhor ter um médico “de verdade”, mas ela preferiu a obstetriz que iria acompanhá-la em toda a gestação e também no parto. O obstetra não – você é acompanhado por um durante a gravidez, mas na hora de ganhar quem faz o parto é outro (o que estiver de plantão naquele dia no hospital). Além disso, o obstetra de plantão atende a um monte de mulheres ao mesmo tempo e só vê se está tudo bem com você de tempos em tempos (nos outros momentos são as enfermeiras que cuidam de você). as obstetrizes ficam o tempo todo com você dentro do quarto do hospital. Ela explicou também que no Canadá as obstetrizes são obrigadas a fazer cursos de atualização a cada ano e podem se filiar a um único hospital de sua escolha para fazer os partos. Saber em qual hospital a obstetriz está registrada para trabalhar é algo que a gestante deve considerar antes de decidir por uma.
Por ter optado ser acompanhada por uma obstetriz em vez de um obstetra, Vanessa presumiu que não precisaria de uma doula. (No Canadá os serviços de doula não são financiados pelo governo e custam mil dólares - valor que inclui também visitas pré e pós-natal.) Ela conta que esse acabou sendo seu maior arrependimento na primeira gestação. Ela foi descobrir na prática que obstetrizes, assim como obstetras em geral, não trabalham o parto “com” a mulher do jeito que faz uma doula. Em suas palavras: “Elas estão lá para cuidar da segurança do parto e assistir ao bebê na hora do nascimento”. Já as doulas, ela explica, se dedicam a garantir o bem-estar da mulher em cada etapa do processo e oferecem todo amparo e apoio emocional de que ela precisa durante o trabalho de parto – fazendo massagens, trazendo comida/bebida, orientando o parceiro sobre como ajudá-la, ensinando-a como respirar e sugerindo posições que amenizem sua dor, por exemplo. Ao contar sobre sua primeira experiência de parto, Vanessa lamenta: “Como eu queria que alguém com conhecimento e experiência estivesse lá para cuidar das minhas necessidades! Meu marido e eu não fazíamos a menor ideia do que estávamos fazendo...”.
Abaixo vamos conferir o relato de suas duas experiências!
Primeiro parto (hospitalar) – 24/12/2010 – com 40 semanas de gestação
Hudson nasceu com 3,950 kg e 54 cm
Na primeira gestação, minha bolsa rompeu durante a noite. O líquido não saiu de uma vez, mas foi escorrendo aos poucos e, embora eu tenha sentido algumas contrações, elas eram leves e foram diminuindo até desaparecerem de vez. Como o resultado do exame de cotonete (comumente feito na 37a semana para detectar a presença de uma bactéria na vagina) deu positivo, meu parto acabou sendo induzido para evitar o risco de infecção. Isso me deixou muito chateada porque eu tinha sonhado com um parto natural, sem estar presa a aparelhos. Foi horrível ficar deitada numa cama de hospital, com fios e tubos amarrados em mim durante todo o trabalho de parto.
A ocitocina sintética utilizada para induzir o parto fez efeito rapidamente e intensificou absurdamente as contrações. Depois de 6 a 7 horas de fortes contrações, eu não aguentava mais. A dor era tanta que eu berrava. Eu estava apavorada com o que estava acontecendo comigo, mas como não havia intervalo entre as contrações, eu mal conseguia falar. Me senti completamente fora do controle, sem poder retomar o fôlego. A dor era descomunal.
Eu implorava por alívio. Finalmente, o anestesista chegou para aplicar a pelidural quando eu estava com 7 cm de dilatação. A primeira picada doeu e a agulha na minha coluna causou ainda mais dor – como não era para doer, o anestesista retirou a agulha para tentar de novo. Na segunda vez ele comentou que não “parecia certo” e resolveu retirá-la DE NOVO. Na terceira tentativa parecia “perfeito” para ele, mas não diminuiu em NADA a minha dor e, durante todo esse tempo em que ele picava as minhas costas, apesar de as contrações continuarem vindo, eu precisava ficar imóvel. Foi terrível. O processo todo levou quase uma hora, até que finalmente ele conseguiu administrar uma dose suficiente para aliviar um pouco a dor.
Estando anestesiada ainda era possível sentir as contrações, mas com menos intensidade. Como meu corpo não estava completamente dormente, eu ainda podia me movimentar com certa facilidade (limitada pelos fios e tubos ligados a mim, é evidente). Algum tempo depois cheguei à dilatação máxima e estava pronta para o momento expulsivo. A obstetriz assistente me manteve deitada de barriga para cima o tempo todo, dizendo pra eu segurar a respiração e fazer força. Não estava funcionando e eu perguntei muitas vezes se não tinha outro jeito de empurrar. Ela disse que esta era a única forma (eu não acreditei nela, mas não sabia o que mais poderia fazer) e, depois de duas horas fazendo isso, eu me rendi. Eu estava completamente exausta. Todos os meus esforços não tinham levado a lugar nenhum. Eu estava em trabalho de parto há 12 horas e com muito medo do meu bebê nunca nascer.
A obstetriz principal me mandou para o banheiro, para eu me sentar no vaso, apagar a luz, ficar um pouco a sós e tentar me “recompor”. Caminhei até lá (sem auxílio e ainda carregando comigo os tubos intravenosos e o cateter da pelidural!) e me sentei no vaso. Pensei comigo: “Meu filho precisa nascer AGORA ou algo horrível vai acontecer!”. Fechei os olhos e comecei a berrar e a empurrar como se a minha vida dependesse daquilo. As obstetrizes e enfermeiras correram para dentro do banheiro para me acudir e tentar me levar de volta para a cama. Mal sabiam elas que eu estava decidida a não ir a lugar algum! Dois minutos depois da minha decisão de fazer o bebê nascer a qualquer custo, meu filho voou para baixo. A obstetriz assistente precisou se jogar no chão do banheiro para conseguir pegá-lo.
Como o expulsivo foi rápido demais e sem auxílio, tive lascerações de 3º grau no meu reto. As obstetrizes presumiram que meu corpo estava completamente dormente (mas não estava!) e fizeram a sutura sem anestesia local. Foi uma dor horrível, mas as agulhas costurando as minhas partes mais íntimas foram insignificantes perto da dor que eu já sentira no trabalho de parto até aquele momento. Àquela altura eu já não me importava mais.
Passaram-se seis meses até eu conseguir fazer sexo de novo. E ainda assim, com muita dor. Felizmente, posso dizer que com o tempo as feridas sararam por completo, sem deixar sequelas. Apesar do seu nascimento dramático, o que senti ao ver meu filho pela primeira vez foi algo profundo e inexplicável. Eu sabia, naquele momento, que daria a minha vida por ele. E a intensidade desse amor só cresceu nos dois anos que passamos juntos até agora. Toda a dor, as feridas e o tempo de recuperação pelo qual tive de passar valeram MUITO a pena. Eu não sabia o que era amor incondicional até conhecer o meu filho.
Segundo parto (domiciliar) – 22/10/2012 – com 41 semanas e 1 dia de gestação
Sienna nasceu com 4,450 kg e 54 cm
Na segunda gestação, eu queria muito “consertar” o que eu tinha feito de errado da primeira vez. Planejei um parto natural em casa com o auxílio de uma doula (além das obstetrizes). Infelizmente, o exame de cotonete deu positivo de novo, porém fui informada de que não precisaria ir ao hospital, pois poderia tomar o antibiótico em casa.
Passaram-se oito dias da data provável de parto e, nesse meio tempo, tive dois falsos trabalhos de parto. Nas duas vezes tive contrações medianas por muito tempo – pensei que fosse a hora! – mas elas simplesmente desapareceram depois de algumas horas e eu acordava no dia seguinte grávida de novo. Foi muito FRUSTRANTE! Fiquei pensando que minha filha não fosse nascer. Por isso, quando as contrações voltaram eu não quis contar para ninguém e passar vergonha de novo por estar “errada”.
As contrações retornaram de uma hora para outra e estavam muito, mas muito fortes. Ela vinha em intervalos de 10-15 min e era TÃO intensa que eu precisava parar tudo o que eu estava fazendo para me concentrar até ela cessar. Liguei para a obstetriz e ela me disse que ainda era cedo porque eu estava no início do trabalho de parto e que ainda levaria horas. Ela me orientou a ligar de novo quando o intervalo entre uma contração e outra fosse de 5 minutos há pelo menos 1 hora.
Tomei banho e almocei entre as contrações, sempre parando tudo quando elas vinham para me concentrar até que a dor passasse. Avisei meu marido que precisaria ir ao hospital tomar anestesia caso as dores ficassem muito piores porque eu achava que eu não conseguiria aguentá-las. Por aproximadamente três horas, o padrão se manteve. Apesar da dor intensa, o intervalo entre contrações permanecia de 10 min e era tempo mais do que suficiente para eu me recuperar!
Meu marido tinha saído para dar uma volta com meu filho e o cachorro e, por isso, eu não precisei me preocupar com eles por um tempo. Mas, infelizmente, justamente quando ele estava fora, o intervalo entre as contrações diminuiu de a cada 10 min para CADA MINUTO! Elas passaram a vir entre 30 a 60 segundos, durando cerca de 1 min cada.
Telefonamos para a obstetriz de novo e ela falou para eu ligar para o 911 se minha bolsa estourasse porque a bebê poderia nascer a qualquer momento! Eu quase surtei e fiquei pedindo a Deus que as obstetrizes chegassem a tempo. A obstetriz chegou 30 minutos depois. Até lá, fiquei o tempo todo andando pela casa - pulando, estralando os dedos e orando durante as contrações. Elas vinham com força, mas eu estava mais preocupada que a obstetriz não fosse chegar a tempo e assustada com a velocidade com que as coisas estavam acontecendo!
Eu precisava tomar o antibiótico pelo menos 4 horas antes do nascimento, mas não deu tempo – só foi possível tomá-lo com 45 minutos de antecedência. Minha intenção era ter entrado na banheira, mas àquela altura as contrações já estavam tão fortes que a banheira não ajudaria. Quando a obstetriz chegou eu já estava com 7 cm de dilatação. Pouco tempo depois eu já estava em transição para o momento expulsivo. Ela me sugeriu ficar de quatro durante as contrações e foi uma posição boa para mim. Boa parte do tempo eu passei apertando o meu marido quando vinha uma contração ou recebendo massagens dele na região lombar para aliviar a dor.
Fiquei decepcionada que a minha doula só conseguiu aparecer no fim, já na hora de empurrar! A minha bolsa ainda não tinha rompido e a obstetriz falou para eu sentar no vaso e tentar relaxar. Dito e feito, assim que me sentei, ouvi e senti a bolsa rompendo! A água saiu esverdeada e isso significava que havia a presença de mecônio. Tecnicamente eu deveria ser transferida para o hospital, mas não havia mais tempo! Voltei para o quarto e me deitei sobre a cama. Eu queria empurrar com calma dessa vez para não ter lacerações como da primeira vez.

A doula chegou e imediatamente me tranquilizou. Ela me ajudou a me concentrar e a empurrar. Achei incrível que durante TODO o trabalho de parto continuou havendo intervalo entre as contrações (isso não acontece quando o parto é induzido!), o que me permitia retomar o fôlego entre elas. Foi algo fantástico, pra falar a verdade. Eu tinha ficado apavorada no momento expulsivo da primeira vez e, por incrível que pareça, o momento de empurrar foi a minha parte preferida do segundo parto. Senti que, de fato, eu estava FAZENDO alguma coisa, que é muito diferente de tentar reagir a algo que está sendo feito a você. 
Depois que a cérvix dilata por completo, a dor das contrações desaparece. O que você sente no lugar é uma baita pressão. Nesse momento senti que sabia exatamente o que estava fazendo e como fazer para expelir o bebê. Quando a pressão cedia, eu também PARAVA de fazer força e deixava o meu corpo se abrir. Fiz o processo devagar e com cuidado e consegui parir minha filha sem lacerar o períneo! (Para mim o processo pareceu durar uma eternidade, mas foram apenas 5 min!) Para mim, a experiência de parir em casa foi algo incrível e eu definitivamente recomendo o parto em casa!
Rebatendo argumentos comuns contra o parto natural
O parto natural é muito melhor... para a mãe, o bebê, a amamentação, o apego emocional mãe-filho, a recuperação pós-parto, as futuras gestações... enfim, tudo! Estou convencida de que qualquer mulher, auxiliada por uma doula, consegue parir sem anestesia!
Acho que as mulheres precisam investir mais na sua educação sobre o processo fisiológico do parto. A minha inspiração para me educar sobre o parto foi o filme “The Business of Being Born” (Ricki Lake). Abaixo coloquei alguns contra-argumentos para desculpas comuns para não se ter um parto natural.
1. A DOR É INSUPORTÁVEL - Em primeiro lugar, a dor não é insuportável. Afinal, fomos criadas para parir! A dor é perfeitamente tolerável. Ela é intensa, mas sempre desaparece. Além disso, a pelidural (anestesia) traz riscos e aumenta complicações tanto para a mãe como para o bebê.
2. O MARIDO PERDE O INTERESSE NA MULHER – O argumento de que o marido perde interesse na mulher é balela. A gestação em si altera a cérvix e a vagina – mesmo as mulheres que se submetem à uma cesárea sofrem essas mudanças no corpo e têm as mesmas chances de ter problema de incontinência urinária que uma mulher que tem parto normal. Tive lascerações profundas no meu primeiro parto e foram 6 meses de recuperação porque eu sentia muita dor. Mas depois que os meus machucados sararam, TUDO voltou ao que era antes – o sexo voltou a ser como era para mim como para meu marido. E depois que minha filha nasceu e não houve lascerações (apesar dela ser uma bebê de quase 4 kg e meio!), pude voltar a fazer sexo com 6 semanas sem qualquer problema.
3. O BEBÊ É MUITO GRANDE E NÃO VAI PASSAR - Papo furado essa história de que o bebê é grande demais para nascer pela vagina. Isso é raridade e, se acontecer com você, você vai saber a tempo para poder fazer uma cesárea. Além disso, não é possível saber o tamanho exato dos bebês dentro do ventre. As USGs têm uma grande margem de erro, de até 1 kg se não me engano. Eu tive dois bebês bem grandes, então parir uma criança de 3 kg (a média dos bebês no Brasil) seria um prazer! Se eu consegui parir um bebê de 4,5 kg, sem anestesia, sem lacerações e sem lágrimas, outras mulheres também conseguem! Quando eu estava grávida, li sobre uma mulher que pariu um bebê de 5,5 kg, sem anestesia e sem lágrimas. A história dela me encorajou porque como já tinha passado muitos dias da data provável de parto e os bebês da minha família são GRANDES, eu já estava apavorada!.
Se você tiver alguma dúvida ou quiser conversar mais a respeito, será o meu prazer ajudá-la. Meu endereço de e-mail é: nessjoy@gmail.com